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quinta-feira, abril 10, 2008

E nada disso me faz mais louco

MERTHIOLATE.

"E o medo corrói meu coração
Minhas entranhas,
Minha carne.
Leva de mim a esperança
de um amor total,
amor maior que o mundo.
Medo de a ferida já cicatrizada.
Abrir-se novamente,
sangrar mais,
pelas mãos de outro alguém.
Homens não costumam ter pena de mim:
triste constatação!
Eu tento não ver na sua história
a história daquele
que quase me fez morrer.
Eu tento não sentir nas suas mãos
aquela mão que estrangulou meu coração.
Não sentir que ele tem pés como
aqueles que pisotearam meus sonhos.
Sim, são outras mãos, outros pés,
mas como não temer?
Como não temer, se este,
como aquele,
me pega nos braços
e me deixa em paz?
Como não temer, se este,
como aquele,
me faz suar frio,
e tremer a voz quando atendo ao telefone?
Como não temer o sussurro
ao pé do ouvido,
tão constante a todos os meus amores
que não deram certo?
Mas ele é tão diferente,
tão surpreendente!
E ao mesmo tempo tão igual...
Em que devo crer?
Ah, poupe-me!
No amor se dá a cara a tapa!
O amor e suas contradições:
Tenho medo, morro de medo.
Mas vou com a cara e a coragem.
Qualquer coisa, lá em casa tem merthiolate!"

.:.

Não se precipitem: eu fiz esse poema em outubro de 2006. E não tem nada a ver com o que eu estou sentindo agora. Infelizmente, porque é tão bom apaixonar-se!

Beijos.